Em 1958, padre Alderigi recebia o título de Monsenhor
O livro de tombo da paróquia de Santa Rita de Caldas, na página número 82, registra o título de Monsenhor recebido pelo Padre Alderigi Torriani no ano de 1958. Ele recebeu a dignidade de Monsenhor Camareiro Secreto do Papa, na época João XXIII, uma das categorias de monsenhorato existente na época.
Assim traz a nota no livro: "O cônego Alderigi foi agraciado com a dignidade de Monsenhor Camareiro Secreto de Sua Santidade o Papa. Este título foi pedido por Dom Oscar de Oliveira, DD bispo coadjutor de Pouso Alegre, num gesto de agradecimento às virtudes, trabalhos e bens espirituais emanados do fecundo ministério sacerdotal de Monsenhor Alderigi".
Padre Alderigi, quando foi agraciado com o título, tinha 38 anos de sacerdócio. O jornal "Santuário de Santa Rita", na época, trouxe um fala de Dom Oscar: "Um santo nomeando um santo".
O "Monsenhor" é um título eclesiástico honorifico conferido aos sacerdotes da Igreja Católica Apostólica Romana pelo Papa. A palavra tem origem francesa e, em português, pode ser abreviada como Mons. O título "Monsenhor" começou a ser usado pelos eclesiásticos do Papa em Avignon (1305-1376) quando os papas viviam na França e foi quando a burocracia papal e poder papal atingiu o seu apogeu.
Existem algumas categorias do título de Monsenhor:
1. Protonotário Apostólico: em dois tipos:
A) Numerário: O mais alto grau e menos comum, habitualmente existe uns sete.
B) Supranumerário: O mais alto grau de Monsenhor encontrado fora de Roma.
2. Prelado de Honra de Sua Santidade: Antes era chamado de "Prelado Doméstico";
3. Capelão de Sua Santidade: Antes era chamado de "Camareiro Papal” ou "Capelão privado” e ainda "Capelão Secreto”.
Em janeiro de 2014, O Papa Francisco aboliu a concessão da honorificência pontifícia ‘Monsenhor’ para os sacerdotes seculares com menos de 65 anos. De agora em diante, a única honorificência pontifícia que poderá ser conferida aos padres seculares (não religiosos) será a de ‘Capelão de Sua Santidade’, e poderá ser atribuída apenas a sacerdotes com mais de 65 anos.
#Crônica: Padre Alderigi, o homem que dá tudo aos pobres
No tempo de dom Óscar de Oliveira, em 1956, a casa paroquial teve que passar por uma reforma total. Dona Leda e dona Dalva tomaram parte da limpeza, jogando fora cadeiras, mesas e todos os móveis completamente estragados. A casa foi pintada por dentro e por fora. Essa reforma era necessária, uma vez que tudo o que o padre tinha era velho ou estava caindo aos pedaços ou eram conjunto incompletos, faltando uma ou mais peças. O prefeito, Dr. Nestor Martins, é testemunha que o travesseiro do padre não passava de uma batina velha, dobrada.
Para não ser incomodado, colocaram o bom padre Alderigi na casa do seu irmão, José Torriani. Enquanto isso, as duas fora pela cidade, angariando novas mobílias, novos trens de cozinha, bem como roupas e toalhas. No dia da inauguração da casa reformada, o povo se reuniu em frente à casa do senhor José Torriani para trazer, solenemente, o homem mais amado e querido da cidade. À frente vinha a banda do senhor Benedito Camilo. Logo atrás, sorridente, vinha o bom vigário e, por fim, todo o povo amigo.
Algum tempo depois, chegou o senhor bispo para suas crismas. E durante o discurso, conhecedor do espírito pródigo do vigário mais pobre da diocese, o supremo pastor proclamou, em tom jocoso, do alto do palanque de onde discursava:
- Tomem nota de tudo o que colocaram na casa paroquial, senão ele vai dar tudo para os pobres!
Crônica de Frei Felipinho Gabriel Alves, O.F.M.
Contribuição de dona Dalva Lorena, em entrevista no dia 13 de abril de 1987.
Conheça o trajeto de fé em homenagem ao Servo de Deus
Formada pelos municípios de Jacutinga, Andradas, Ouro Fino e Santa Rita de Caldas, “o Caminho Monsenhor Alderigi Torriani” foi percorrido pela primeira vez no dia 5 de outubro. O com 57 km de distância, pode ser percorrido em dois dias de caminhada passando pela zona rural dos quatro municípios.
Segundo um dos membros da Comissão da Arquidiocese de Pouso Alegre para a causa de canonização do padre Alderigi Torriani, padre Rodrigo Carneiro, os quatro municípios passam a se envolver e se conscientizarem sobre a vida deste homem santo de Deus.
“Esse caminho quer reavivar a memória do Servo de Deus na sua terra natal, Jacutinga. É uma oportunidade para as pessoas de Jacutinga fazerem esse caminho e conhecerem mais sua vida e obras. Há também uma importância de divulgação da pessoa deste Servo de Deus. O processo de canonização precisa de divulgação, precisa que as pessoas conheçam o padre Alderigi e passem a rezar por ele. Ao trilharmos o caminho, as pessoas vão perceber, através da santidade do padre Alderigi, que é possível a santidade nos dias atuais”, afirmou.
#GraçaRecebida: “Meu pedido foi aceito e atendido pelo Servo de Deus”

Uma angústia inicial que se tornou fé e esperança. Esse foi o sentimento de Zélia Cristina Alves dos Reis, moradora de Andradas (MG). Em janeiro de 2019, sua mãe, a senhora Maria Zélia Riberio da Silva, foi diagnosticada com um câncer de pele. A doença estava no antebraço esquerdo, um melanoma maligno, grau 4, “um dos mais agressivos”, como ela mesmo diz.
Desde o dia em que recebeu a notícia, as orações ao padre Alderigi se tornaram incessantes.
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“Todas as noites, de joelhos, pedi ao padre Alderigi que curasse minha mãe. Rezei a oração que está na relíquia, que fica debaixo do meu travesseiro, presente de uma amiga de minha filha”, explicou Zélia.
A cirurgia foi realizada na Santa Casa de Poços de Caldas (MG), pelo Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACOM). Foram 10 horas de espera.
“O pior dia de nossas vidas. Foram 10 horas de espera por notícias de minha mãe. Até que enfim ela chegou acordada, orientada, com um dreno no seio, mas segundo os médicos estava muito bem e receberia alta no outro dia”, lembrou.
E a notícia não poderia ser melhor: “Não havia metástases”.
E as orações não terminaram, num misto de agradecimento e súplica.
“Minha mãe retornou para casa e nos dias de espera para o resultado da biópsia fiquei sempre em oração ao Padre Alderigi. No final de maio recebemos o resultado final e minha mãe estava curada, o câncer não progrediu para nenhum outro órgão. Meu pedido foi aceito e atendido pelo servo de Deus”, relata agradecida.
Zélia Cristina é agradecida ao padre Alderigi, que intercedeu pela cura de sua mãe.
“Prometi dar meu testemunho para que todos saibam do grandioso amor, bondade e a cura que padre Alderigi concedeu à minha mãe”.
#Crônica: confiança do Padre Alderigi na bondade de Deus
Certa ocasião, o padre Alderigi foi chamado para atender a uma confissão urgente na roça. Quando não traziam o cavalo, era o senhor "Zé da Borda" que o levava de Jeep. Neste dia, o carro estava enguiçado e o dono já havia tentando consertá-lo, mas nada. Era preciso levar o carro na oficina ou chamar o mecânico.
Neste momento chega padre Alderigi, todo apressado.
- Vamos depressa!
O motorista explicou:
- Não dá. Já tentei de tudo.
Naquele momento de aflição, padre Alderigi pediu a Deus que tivesse misericórdia e não deixasse o doente morrer sem os sacramentos. Então ordenou ao motorista com toda confiança:
- Ligue o carro!
O carro saiu andando normalmente, como se nada tivesse de estragado.
Mais uma vez o nosso bondoso padre salvou alguém de morrer sem antes ter se confessado.
Uma crônica de Frei Felipinho Gabriel Alves, OFM e contribuição do senhor João Vicente de Carvalho (22/03/1987)
Entenda a atual fase do projeto de canonização do Servo de Deus
Após um ano e meio do início da fase romana do processo de canonização do Servo de Deus Alderigi Maria Torriani, o postulador da cusa, Paolo Vilotta, contou um pouco sobre o atual momento. Segundo ele, a Congregação para a Causa dos Santos nomeou um relator que acompanhou a redação da Positio, ou seja, o texto que conta sobre a vida e virtudes de santidade.
“Também neste caso, o relatório e a indicação foram aceitos, e a Congregação para as Causas dos Santos nomeou o Relator da Causa. Atualmente, a cópia pública foi entregue a um dos colaboradores do postulador que, em conjunto, trabalhará na redação dessa Positio super virtutibus”, explicou.
A canonização normalmente leva tempo e depende de inúmeras circunstâncias legais. Ainda segundo Vilotta, todo o clero, juntamente com os fiéis, deve sempre e constantemente manter viva a memória e a devoção ao Servo de Deus.
“Nunca devemos pensar que o trabalho pela causa da canonização termina quando os procedimentos do inquérito estiverem em Roma. O coração pulsante e vivo permanece sempre o da diocese competente. Portanto, é necessário continuar a divulgar a vida e as virtudes do Monsenhor Alderigi Torriani”, terminou.