Mulher se cura de doença nos olhos por intercessão do padre Alderigi

Era o ano de 1983 quando a senhora Izair Faustina de Freitas começou a sentir uma febre muito alta. Começou com um tratamento de gripe, mas nada se resolveu.

“Dali a uns dias me apareceu uma coceira tão grande no olho esquerdo e dele escorrendo um líquido muito quente. Pensando tratar-se de ‘ar no olho’, não procurei logo o médico. Passados outros dias, como o caso piorasse mais e mais, fui à Poços de Caldas a fim de me encontrar com dos melhores oftalmologistas da região, Dr. Gerson. Assim que me examinou me disse que eu tinha demorado muito para procurá-lo. Depois de me receitar uma grande lista de medicamentos (comprimidos, colírios, injeções e outras coisas), marcou para que eu voltasse outro dia”.

O tempo foi passando e a doença no olho só piorava. Em um dos seus outros retornos ao oftalmologista, o diagnóstico final.

“Até que um dia fui franca com o médico e falei de toda minha preocupação. Foi, então, que ele declarou já ter feito tudo o que era possível e que eu deveria me internar na Santa Casa. Afirmou, também, tratar-se de ‘Seratite Epática’ e que a doença estava se agravando cada vez mais. Fiquei muito triste pois eu não tinha recursos do INPS nem condições financeiras para sustentar o tratamento. Realmente, eu estaca com muito medo, tanto por causa da dor intensa, como por causa do filho ainda nenê. Nem eu nem meu marido, José Lemes de Freitas, sabíamos o que fazer. Foi, então, que entregamos tudo na mão de Deus”.

E a memória do querido padre Alderigi, já falecido nessa época, não demorou para aparecer na memória e no coração da dona Izair.

“De volta para a casa, enquanto o ônibus subia e descia nossas montanhas, eu, com o olho tampado, chorava e fazia mil pensamentos. Lembrei-me da alma do padre Alderigi, com tanto fé, que rezei-lhe uma Ave Maria e um Pai Nosso, pedindo que tivesse piedade de mim. Prometi entrar no cemitério, de joelhos, rezando um terço”.

E padre Alderigi não demorou para interceder.

“Dali cinco dias voltei ao médico. Ao me examinar, ele levou um susto enorme, pois havia desaparecido de tudo a doença do meu olho. Como ainda não conseguia suportar a claridade, permaneci alguns dias de repouso, mas fui cumprir minha promessa. Com o olho ainda tampado por causa do colírio, ajoelhei-me no chão duro e segui minha caminhada, rezando o meu terço cemitério a fora. Naquele cimento grosso, cheio de pedrinhas machucando meus joelhos, mesmo muito fraca, consegui com grande esforço chegar ao túmulo do santo e bondoso padre Alderigi”.

Esse documento foi entregue por dona Izair Faustina de Freitas aos responsáveis por organizar a causa de beatificação do padre Alderigi no dia 5 de maio de 1987.

 

Texto presente no livro “Padre Alderigi – o carinho de Deus num coração pobre e alegre”, volume 4, do frei Felipe Gabriel Alves, O.F.M.