Padre Vítor Coelho de Almeida e sua admiração pelo Padre Alderigi Torriani

Padre Alderigi e padre Vítor Coelho em Santa Rita de Caldas

O Padre Alderigi Torriani sempre teve uma boa proximidade com os missionários redentoristas. Ele costumava fazer suas peregrinações à Aparecida, onde era conhecido como o “padre coroinha”. A imagem original de Nossa Senhora Aparecida chegou a visitar Santa Rita de Caldas e Jacutinga, sempre por intermédio dele. E na morte do Servo de Deus, os redentoristas não poderiam se fazer ausentes. Inclusive, o padre Vítor Coelho de Almeida, que também está no processo de canonização, se fez presente no dia 4 de outubro de 1977.

Uma frase marcante do agora também Servo de Deus Vítor Coelho ao querido Padre Alderigi: “Eu me sinto tão pequeno diante deste gigante de Deus”. 

O missionário redentorista padre Elias Pereira da Silva, antigo coroinha de Santa Rita de Caldas, também esteve no velório do Servo de Deus Alderigi Torriani. Padre Elias assim se expressou no dia:

“Assim que soubemos de sua morte, meus amigos e eu rumamos para Santa Rita de Caldas. Padre Albertino, padre Vítor Coelho de Almeida e eu ficamos revezando, conduzindo o povo nas orações. A missa de corpo presente do Padre Alderigi ia ser celebrada dentro da igreja. Até o bispo queria assim. Aí nós, missionários redentoristas, com maior prática em lidar com multidão, reclamamos: ‘A missa é para o povo e não para um punhado de gente!’. Alguém se opôs:

– ‘E o som?’

Nisto completei:

– ‘Eu trouxe microfone corneta’, pois ja entrei na cidade prevenido.

Missa durante velório de Padre Alderigi

O esquife foi, então, transportado para a rampa, ante o santuário. Por gentil determinação e em demonstração de amor e respeito ao padre, o comandante do deslocamento policial reuniu seus comandados e, em uniforme de gala, determinou guarda especial de honra, para esse tesouro, cercado de milhares de veneradores. A praça da matriz estava repleta. Talvez dez mil pessoas estivessem participando da missa, presidida pelo arcebispo de Pouso Alegre, dom José D`Ângelo Neto e mais de 40 sacerdotes. Aquela missa, celebrada ao ar livre, ‘era consagração de um santo’, na expressão do próprio arcebispo, que continuou dizendo: ‘morreu o padre mais jovem da diocese. Não dos cabelos brancos, mas na obediência. Era o padre que acolhia todas as mudanças da Igreja, após o Concílio’.

Na hora da comunhão, entre os cânticos, padre Vítor Coelho de Almeida, radialista da Rádio Aparecida, ia falando: ‘morreu nosso coroinha. Sabem por que?’. E o povo ia descobrir mais um segredo daquele gigante que sabia se abaixar até o nível das crianças de coração puro. E o radialista prosseguiu: ‘A basílica de Aparecida se abre às 5h da manhã e ele ajudava da primeira à última missa, quando ia visitar a imagem da Mãe de Deus. Eu me sinto tão pequenino diante deste gigante de Deus’.

 

 

Texto contido no livro “Alderigi: Gigante com olhos de criança”, do Frei Felipe G. Alves. Editora Vozes, 1994.