Em Aparecida, Padre Alderigi era conhecido como “padre Coroinha”. Saiba aqui
O Padre Alderigi Torriani sempre foi conhecido pelo seu amor à Eucaristia e à Nossa Senhora. Até mesmo no Santuário Nacional de Aparecida sua fama se estabeleceu. Lá ele era conhecido como o “padre coroinha”, pois fazia questão de ajudar em todas as missas quando se fazia romeiro de Nossa Senhora Aparecida.
No dia 15 de maio de 1987, o missionário redentorista e filho de Santa Rita de Caldas, padre Geraldo Camilo Carvalho, escreveu uma carta ao frei Felipe Gabriel Alves, O.F.M., falando sobre esse amor e carinho do Servo de Deus pela Eucaristia.
Veja o que escreveu padre Geraldo:
“Sinceramente eu ficava muito edificado ao ver o Padre Alderigi celebrar a missa, principalmente o vendo muitas vezes chorar durante a celebração. Com certeza, pelo menos algumas pessoas do povo choravam com ele, edificadas pela sua extraordinária piedade e amor a Deus. Imagino dever ele ter alguns arroubos místicos nessas horas.
Em Aparecida, Padre Alderigi era chamado de ‘o padre coroinha’, pois fazia questão de ajudar em todas as missas no altar de Nossa Senhora. Não saia nem para o café. Disso sou testemunha. Nesse dia de sua estadia lá, todos os coroinhas estavam dispensados.
Sua devoção à Eucaristia e a Nossa Senhora era mesmo edificante. Quantas vezes o vi passar longo tempo diante do Santíssimo. Aos domingos, depois da missa do povo na roça, levava todos a passarem diante de Nossa Senhora Aparecida, rezando comunitariamente com eles a oração: ‘Ó Senhora minha, ó minha mãe, eu me ofereço todo a vós…’.
Mas isto era precedido de um longo e formidável terço cantado pelos piedosos caboclos. Posso, pois testar, que o Padre Alderigi era um grande adorador do Santíssimo e também grande devoto de Nossa Senhora. A passagem da genuína imagem de Nossa Senhora Aparecida em sua casa constituiu, sem dúvida, uma das maiores alegrias de sua vida. O evento foi perpetuado com uma pequena placa de mármore na parede de sua casa.
Suas romarias à Aparecida eram edificantes. Trabalhei lá muitos anos e sou testemunha ocular disso que conto: ‘quase sempre avisavam-me de sua chegada, nas famosas jardineiras da época. O Zé Chato era o mais famoso motorista de tais conduções. Logo que chegava à Aparecida, o seu primeiro ato era entrar de joelhos, desde a porta até a grade da comunhão na famosa basílica velha de Nossa Senhora Aparecida. Como qualquer penitente, com seu comprido terço na mão, desfiando as contas do rosário, ia saudando vagarosamente Nossa Senhora’.
Que belo exemplo de fé e de humildade. Isso para mim que conhecia a pureza de sua consciência era mesmo edificante. Em 14 anos de trabalho em Aparecida, pessoalmente fiz isso só uma única vez, submetendo-me a uma penitência destas, em horas de pouco movimento, para pedir que Nossa Senhora me ajudasse. E eu sentia dificuldade de fazer tal sacrifício. Imagine ele, com seu pesado corpo (pois era muito gordo), arrastando-se pesadamente pelo templo a fora, fazendo humildemente sua penitência, como qualquer cristão cheio de fé”.
Texto contido no livro “Padre Alderigi – o carinho de Deus num coração pobre e alegre”, do frei Felipe Gabriel Alves, O.F.M.