Padre Alderigi Torriani: um grande devoto de Santa Rita de Cássia

O Servo de Deus Alderigi Torriani era um grande devoto de Santa Rita de Cássia. Nos 50 anos de paroquiato em Santa Rita de Caldas, sempre fez questão de propagar a devoção à santa das causas impossíveis.

Você sabia que a imagem de Santa Rita, que hoje está no presbitério do Santuário em Santa Rita de Caldas, foi trazida pelo próprio Padre Alderigi? Isso mesmo. Ela foi comprada em Roma e chegou ao município mineiro no ano de 1957.

Em sua visita à Cássia, na Itália

“Por ocasião 5º centenário da morte de Santa Rita de Cássia, um ano antes, monsenhor Alderigi me chamou à sua cidade e me disse: ‘Chamei você para fazermos juntos um plano de ação para celebrarmos a festa do 5º centenário. Você não acha que poderíamos começar agora celebrando uma missa festiva com bastante participação de todo o povo, todo o dia 22 de cada mês? E você também não acha  que poderíamos pedir lá na Itália uma imagem faz-símile, em cera, de Santa Rita na urna? Seria um ponto de referência para aumentar a devoção a Santa Rita e seria um motivo para ensinarmos o povo como chegar a Deus por uma vida mais perfeita? Vamos preparar uma festa bem bonita para marcar o 5º centenário de nossa Santinha'”, lembra Monsenhor José Carneiro Pinto, na época pároco em Santa Rita do Sapucaí.

O Frei Felipe Alves, em seu livro Alderigi: gigante com olhos de crianças (Editora Vozes, 1994), traz uma crônica onde diz que a festa de Santa Rita em Santa Rita de Caldas passou a ganhar solenidade com a presença de Padre Alderigi.

Em 1957, a festa de 22 de maio começou a ter caráter solene, com grande aglomeração de povo, e atraindo romarias de toda a região. É a grande festa da Padroeira.

“O Padre Alderigi costumava entregar a paróquia a um padre de fora, encarregado da pregação de toda a novena. Embora a paróquia estivesse entregue a outro, ele mesmo se levantava muito cedo, ia à igreja e começava rezando o Ângelus, confessava, celebrava, dava comunhão e aproveitava o resto do tempo para visitar os enfermos e levar-lhes o viático. Assim transcorria a novena”, escreve o autor.

E no dia 22 de maio, as atividades começavam ainda de madrugada.

“Ele fazia questão que as missas começassem muito cedo, pelas 4h da manhã, e tivessem sequência, uma após a outra, pelo dia todo, terminando normalmente com solene pontifical às 16h. Ele, pessoalmente, atendia confissões, celebrava sua missa, atendia ao povo em geral. Aí ele se desdobrava em espargir as inúmeras bênçãos de Santa Rita sobre objetos, flores, terços, imagens e principalmente sobre os fiéis, com a recomendação de que elas só teriam valor caso a pessoa estivesse em estado de graça”.

Durante a festa ocorriam inúmeras romaria e Padre Alderigi compreendeu logo que elas buscavam não somente Santa Rita, mas também os benefícios que o Senhor derramava através de suas mãos abençoadas. Por isso, com cada romaria, ele agia assim: falava o nome da romaria, ou do local de onde provinha, e dava uma bênção especial. E, se alguém lhe dissesse que vinha desta ou daquela cidade, cujo nome não tinha sido anunciado, voltava para anunciar e abençoar, de modo especial.

“No dia da festa de Santa Rita, o trabalho era tanto que não lhe restava tempo nem para se alimentar. Sintonizado com o povo, ele sofria, temendo ficasse alguém mal acomodado. Preocupava-se também se outros estivessem passando fome”, encerra frei Felipe.